Primeiro veio o Tobias, depois o Batatinha, depois o Miguel e depois a Mila. Quando o Batatinha tinha oito meses descobrimos, pelo ultrassom, uma doença de herança genética, muito comum em gatos persas, o PKD (doença dos rins policísticos). Desde então, tenho lutado para divulgar e conscientizar as pessoas sobre a existência desta doença.
A doença não tem cura, evolui para insuficiência renal e termina com óbito.
Acredito que exigir o teste de PKD ao adquirir um gato, principalmente da raça persa, possamos, no futuro, diminuir a herança genética, dizendo não aos criadores de má fé que se aproveitam da falta de informação das pessoas.
Foi com esse intuito que nasceu o Blog do "Batatinha elurofilia". Meu intuito é dividir minha vivência com meus "filhos" com outros elurófilos, simpatizantes e amantes de gatos, além de trocar experiências e informações relacionadas ao mundo felino.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O que devo observar no gato idoso?


O envelhecimento é um processo inevitável e irreversível, contudo, o estado débil atribuído muitas vezes ao gato geriátrico, na realidade pode ser oriundo de uma enfermidade que pode ser corrigida ou pelo menos tratável pelo médico veterinário.
Deve-se diferenciar as mudanças inerentes ao processo de envelhecimento daquelas em função dos processos patológicos.
O ciclo de vida do gato pode ser dividido em quatro estágios: filhotes-faixa etária compreendendo 6 a 8 meses; adultos- animais com 1 a 7 anos de idade; idosos- entre 8 a 12 anos e; geriátricos- após os 12 anos.
O número de gatos idosos e geriátricos vem aumentando no atendimento clínico diário. Isso se deve pelo aumento da preferência do felino como animal de estimação e pelo fato da medicina veterinária preventiva ter evoluindo muito.
Hoje, os gatos são favorecidos pelos programas de vacinação, dietas mais adequadas para a faixa etária e de prescrição (segundo as enfermidades), além da evolução das técnicas para obtenção de um melhor diagnóstico, soma-se ainda, a participação de proprietários mais conscientes e zelosos pela saúde do seu gato. Tudo isso fez com que a expectativa de vida dos gatos, que era de 10 anos, passa-se para 15 anos.
Se estimarmos em 15 anos a longevidade média de um gato, este atingirá o último terço de vida ao redor dos 10 anos de idade, o que corresponde a uma definição comum de envelhecimento qualquer que seja a espécie envolvida.
Neste estágio, geralmente aparecem sinais que chamam a atenção dos proprietários: falta de dinamismo, sonolência, alteração do pêlo. A expectativa de vida máxima de um gato é geneticamente programada.
Ao contrário do que ocorre com os cães, a raça tem uma influência desprezível na expectativa de vida do gato, mas por outro lado, esta última varia consideravelmente em função do ambiente do animal.
Para um gato que vive fora de casa, a expectativa de vida é de apenas 10 anos, mas um animal confinado em um universo muito protegido atinge 18 a 20 anos de idade. Alguns gatos são conhecidos por terem vivido mais de 30 anos.
Hoje em dia os gatos são castrados com muita freqüência e vivem cada vez mais no interior das casas: portanto, eles estão menos expostos a acidentes.
Uma alimentação apropriada e de qualidade permite combater os fenômenos patológicos e fisiológicos ligados ao envelhecimento, manter o peso do gato em seu nível ideal, e contribuir para a prevenção de problemas urinários.
O conhecimento da influência do envelhecimento em cada um dos sistemas orgânicos aumenta a capacidade para criar critérios para os meios de diagnósticos, para planejar programas de prevenção de doenças e instituir terapias adequadas.
Os gatos idosos e geriátricos são mais sedentários, menos enérgicos, menos curiosos e mais restritos em suas atividades. Eles se ajustam lentamente as mudanças da dieta, atividades e rotina. Eles são menos tolerantes ao calor ou frio extremo. Eles procuram locais confortáveis aquecidos e dormem por longos períodos. Os pêlos apresentam-se embolados, secos e sem brilho, visto que os gatos idosos costumam perder o interesse de se lamberem. Quando manipulados, são mais fáceis de irritarem. Muitas das mudanças comportamentais ocorrem pelas alterações nos órgãos dos sentidos: diminuição da audição, da visão e do olfato. As unhas são pouco desgastadas e é comum vê-las introduzidas nos coxins. Eles apresentam dores articulares de forma insidiosa, em função de doenças degenerativas das articulações, é notória a presença de fraqueza muscular e perda de tônus muscular, principalmente nos membros.
Tudo isso faz com que os gatos restrinjam sua atividade e habilidade para participar da vida familiar. Muitos gatos ficam tão carentes com o afastamento que começam um processo de lambedura compulsiva, levando as áreas extensas de alopecia, ou iniciam com o distúrbio de eliminação de urina ou fezes em locais inapropriados.
Viagens e hospitalizações são pouco toleradas pelos gatos idosos. Tais gatos se alimentam pouco ou ficam anoréticos, muito ansiosos e dormem pouco. É melhor deixá-los em casa sob os cuidados de alguém familiar (“cat-sitting services”).
Constipação é um dos problemas freqüentes do gato idoso. Os fatores de risco são: falta de exercício, retenção fecal voluntária, dieta inapropriada, dor por impactação da glândula adanal, redução da motilidade intestinal e fraqueza da musculatura intestinal. As fezes se apresentam mais ressecadas e endurecidas.
Doenças periodontais levam aos processos extremamente dolorosos e fazem com que os gatos recusem o alimento. A perda de peso é um problema sério no gato idoso e deve ser investigada se é devido a problemas dentários, endócrinos, afecções de má absorção e/ou a uma percepção mais fraca dos odores e sabores dos alimentos.
O gato é por natureza um grande consumidor de proteínas, não há razão alguma para reduzir drasticamente o fornecimento protéico quando ele envelhece. Esta restrição poderia ser prejudicial a sua saúde. Enquanto que a restrição protéica não permite retardar o envelhecimento do rim, por outro lado aconselha-se uma diminuição de fósforo na dieta. Com esta medida pode-se esperar um retardamento do declínio da função renal.
Os alimentos que acidificam a urina dos gatos são desaconselhados após os 10 anos de idade. Estes alimentos parecem favorecer o desenvolvimento de cálculos urinários de oxalato, os quais são mais frequentemente observados em gatos idosos. Além disso, é melhor evitar alimentos acidificantes em animais cuja função renal poderia estar prejudicada.
Com conseqüência de um aumento na expectativa de vida do gato, observamos cada vez mais as doenças crônicas. As doenças encontradas com maior freqüência em gatos idosos são em ordem decrescente de importância: 1) insuficiência renal crônica, 2) problemas dentários, 3) tumores (adenoma funcional da glândula tireóide, acarretando em hipertiroidismo), 4) degenerações ósseas e musculares, 5) doenças cardiovasculares e 6) diabetes mellitus.
O programa preventivo de saúde para o gato idoso deve ser iniciado a partir da faixa etária de 7 a 11 anos de idade e deve continuar por todo resto de sua vida. Esse programa tem sido recomendado pela Associação Americana de Clínicos Especialistas em Felinos e pela Academia de Medicina Felina, em 2005, num painel para reportar os cuidados com o paciente felino idoso.
Caso o gato não demonstre nenhum tipo de doença, este deve constar: avaliação completa da história médica pregressa e do comportamento do animal, exame físico completo (peso, temperatura, pulso, freqüência respiratória e cardíaca, coloração da membrana de mucosa e tempo de preenchimento capilar, estado de hidratação), ajudam a estabelecer o que está normal e reconhecer o mais cedo possível o que está errado, tais como murmúrio cardíaco, dor, a presença de rins irregulares e pequenos ou nódulos na tireóide. É fundamental avaliar o peso do animal e as condições corpóreas e compará-las com aferições anteriores, para verificar se houve perda ou ganho substancial.
A mensuração da pressão arterial pode se feita de forma indireta usando o método Doppler, usando um aparelho de doppler e um esfigmomanômetro manual acoplado a uma braçadeira. Assim, pode-se detectar hipertensão sistêmica antes que haja dano em algum órgão ou hemorragia ou descolamento de retina. O ideal para o valor da pressão no gato é 145 a 160 mmHg ou menos (pressão arterial sistólica).
A avaliação clínica laboratorial consiste hemograma completo, proteínas totais e plaquetas, bioquímica sérica creatinina, potássio, fosfatase alcalina, alanina aminotransferase, concentração de T4 total por radioimunoensaio, urinálise, teste para detecção da presença do FeLV ou anticorpos para o FIV. Além disso, exames fecais devem ser feitos em gatos expostos a ambientes de risco.
A recomendação para pacientes que estejam portando alguma enfermidade é similar as anteriormente mencionadas associadas aos exames específicos para as afecções.


Fonte: http://www.gatosegatos.com.br/faq.htm

Um comentário:

  1. Quantas mentiras !!! Eu vou fazer 15 aninhos no mês que vem e continuo caçando (antes eram ratos e passarinhos, agora insetos e borboletas), ainda discuto furiosamente com a gata da vizinha que passeia no meu muro (um dia ela caiu e voltou toda arranhada pra casa dela), ainda dou unhadas no meu irmão labrador e adoro curtir a noite no portão (mas depois das 23h eu sou obrigada a entrar)...ou seja, são quase 15 anos com corpinho de 8 !
    Mesmo assim eu adorei o post e vou mandar a minha secretária guardar todas as informações. Eu também tenho uma filha de 12 anos que está fazendo tratamento para insuficiência renal mas está muito ativa e feliz.
    Lambidas da Rutha

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