Primeiro veio o Tobias, depois o Batatinha, depois o Miguel e depois a Mila. Quando o Batatinha tinha oito meses descobrimos, pelo ultrassom, uma doença de herança genética, muito comum em gatos persas, o PKD (doença dos rins policísticos). Desde então, tenho lutado para divulgar e conscientizar as pessoas sobre a existência desta doença.
A doença não tem cura, evolui para insuficiência renal e termina com óbito.
Acredito que exigir o teste de PKD ao adquirir um gato, principalmente da raça persa, possamos, no futuro, diminuir a herança genética, dizendo não aos criadores de má fé que se aproveitam da falta de informação das pessoas.
Foi com esse intuito que nasceu o Blog do "Batatinha elurofilia". Meu intuito é dividir minha vivência com meus "filhos" com outros elurófilos, simpatizantes e amantes de gatos, além de trocar experiências e informações relacionadas ao mundo felino.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Por uma cura natural





Recorrer a tratamentos não convencionais pode ser uma boa saída para pets doentes. Conheça os métodos naturais mais usados
Ver o pet com dores e sem vontade de brincar é preocupante. Portanto, as mais variadas formas de tratamento para os problemas de saúde do seu bicho de estimação são sempre bem-vindas. Uma das opções aos tratamentos veterinários usuais é a chamada medicina natural. “É interessante superar o termo terapia alternativa porque dá a ideia de que ou só se faz ela ou só se usa a alopatia (medicina tradicional). No caso, o que usamos é a medicina natural — ou complementar, pois o tratamento dos dois ramos pode ser feito em conjunto”, explica o veterinário Rodrigo Fagundes.
Especialista em acupuntura para animais, Rodrigo começou há três meses o tratamento do gato persa Batatinha — caso que a Revista acompanhou em reportagem do ano passado. Sofrendo com a doença do rim policístico ou PKD (do inglês Polycystic Kidney Disease), de incidência exclusiva em bichanos, Batatinha, agora com dois anos e meio, iniciou a nova terapia por indicação de sua veterinária. Hereditária e de difícil cura, a doença muitas vezes pode diminuir a expectativa de vida do animal, mas o pet vem apresentando melhoras significativas com o novo método. “Nesse breve período, dos três cistos que ele apresentava, um desapareceu e outro diminuiu” diz, animada, a professora Renata Porto, 35 anos, dona do gato.
Para a veterinária Fernanda Vinci dos Santos, entre diversas vantagens, as técnicas naturais têm como ajudar a recuperação dos pacientes que não melhoram com os remédios convencionais. Fernanda alerta, porém, que, apesar de a medicina natural ter características mais seguras que a convencional, não é aplicável a todos os casos. A especialista explica que é importante prestar atenção se o pet não apresenta, por exemplo, desidratação ou estado delicado de saúde. “É incorreto e irresponsável não tratar, em determinados casos, com medicação intravenosa ou cuidados hospitalares. Também é verdade que algumas técnicas naturais aplicadas incorretamente podem retardar o diagnóstico correto”, esclarece.
Como exemplos da medicina complementar, especialistas citam, principalmente, as seguintes áreas: acupuntura, homeopatia, fitoterapia, florais de Bach, autonosódios e oligoelementos. “A homeopatia e a acupuntura veterinárias já são especializações homologadas pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária e, no entanto, ainda são um tabu, seja por preconceito ou por desconhecimento do que significam em sua abrangência e benefícios”, analisa Fernanda.
Agulhadas eficazes
Um dos ramos da medicina tradicional chinesa, a acupuntura tem suas origens na Dinastia Zhou —período de 1.122 a 770 a.C —, mas apenas se difundiu no Ocidente na primeira metade do século 19. Rodrigo diz que a teoria básica das técnicas veterinárias é a mesma das aplicadas em humanos. O grande diferencial, porém, é a forma de diagnosticar as doenças e o uso de algumas técnicas. “Por exemplo, somente usamos o chamado implante de ouro em animais. Implantamos neles, para o resto da vida, pequenos fragmentos de ouro em pontos de acupuntura, visando o estímulo contínuo desses pontos”, explica.
Esse método é usado em casos de patologias crônicas — tais como displasia coxo-femoral (malformação da articulação que se localiza entre o fêmur e a bacia do animal) e epilepsia. O uso do ouro é feito porque o metal não provoca irritação no local do implante nem rejeição a longo prazo. Seu uso é indicado para tratamentos de longa duração. “Também podemos substituir as agulhas por equipamentos com molas quando o animal é muito reativo e inquieto”, diz.
O lhasa apso Isac, de 7 anos, teve problemas, por duas vezes, com a doença chamada hérnia cervical, antes de sua dona, a estudante Débora Tristão, 21 anos, ir procurar alternativas de tratamento. Isac sentia muitas dores e chegou a fazer cirurgia em busca da melhora, mas sem efeito. “Parecia que a dor estava piorando. Compramos muitos remédios, com doses altas de anti-inflamatórios, mas ele nem ficava em pé”, recorda-se. Para piorar a situação, enquanto se recuperava da intervenção cirúrgica, Isac desenvolveu outra hérnia, agora na região lombar.
“Era desesperador vê-lo chorando. Teve até um dia que um vizinho se ofereceu para pagar uma consulta no veterinário, como se não tivéssemos tentando ajudar”, conta Débora. A família até pensou em sacrificar o pet para acabar com o seu sofrimento, mas, há cerca de um mês, Isac começou um novo tratamento — com acupuntura e fitoterapia — que vem ajudando-o a se recuperar. De acordo com sua dona, já depois da primeira sessão, o pet conseguia se levantar e caminhar normalmente. “Se eu não tivesse acompanhado a história, acho que nem acreditaria. Mas a melhora é visível”, garante.

Outras formas de acupuntura
 Quimiopuntura : É realizada por meio de injeção medicamentosa, com substâncias em doses menores, diretamente no ponto de acupuntura. Dessa forma, o efeito é potencializado.
 Laseracupuntura: Muito comum em aves, filhotes, animais pequenos e agitados, apresenta resultados eficientes no tratamento de doenças inflamatórias. Também auxilia a cicatrização de feridas ou lesões dermatológicas.
 Moxabustão:Técnica que consiste no aquecimento dos pontos de acupuntura a partir da combustão de uma erva medicinal conhecida como artemísia. Ideal para patologias mais comuns no frio, como artrite e artrose. O seu uso facilita a introdução, caso necessária, da agulha de acupuntura, pois causa maior dilatação dos poros da pele.
Outras técnicas naturais de tratamentos
Homeopatia:  Os remédios homeopáticos são produzidos com elementos dos reinos vegetal, mineral e animal. Primeiramente, as substâncias são diluídas e, posteriormente, dinamizadas (agitada por diversas vezes) para que a possível toxicidade dos elementos seja atenuada e o potencial curativo, aumentado. “Podemos fazer produtos até mesmo com substâncias de outros remédios que estejam causando intoxicação. É como se fosse um antítodo para minimizar os efeitos colaterais, mas sem inibir seu efeito inicial”, explica Fernanda Vinci.
Fitoterapia: Já na fitoterapia, os remédios são produzidos apenas à base de plantas — os elementos vêm das folhas, galhos, flores, frutos ou raiz. São usados em diversos tipos de doenças. Mas Fernanda avisa: “É errôneo o conceito de que as plantas, por serem remédios naturais, são livres de riscos e efeitos colaterais. Sempre consulte um especialista em fitoterapia ou farmacologia”.- Florais de Bach — Diferentemente da fitoterapia, atua essencialmente no comportamento psíquico ou comportamental dos animais ou das pessoas. É feito, essencialmente, das flores das plantas, atuando no combate a desequilíbrios, como medo, agressividade, ansiedade, indisciplina, estresse, entre outros.
 Autonosódio: É uma forma de produzir remédios com o uso de tecidos ou secreções do próprio animal. Substâncias da urina, por exemplo, são diluídas em álcool para que, em pequenas doses, seja possível o corpo reconhecer o elemento que está gerando o problema e combatê-lo.
 Oligoelementos: A técnica chegou ao Brasil por volta de 10 anos atrás, mas existe na França desde a década de 1930. Geralmente, faz-se a reposição de metaloides em deficiência nos organismos — tais como cobre, magnésio, entre outros —, sempre com doses mínimas. Ajuda a melhorar o desempenho do corpo e as desestabilidades. Um tratamento similar, mas com conceito diferente, é o ortomolecular. Nele, são usadas altas doses de substâncias.

Agradecimento: Caanes – Acupuntura Veterinária
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/revista/2011/09/08/interna_revista_correio,268958/por-uma-cura-natural.shtml