Hoje em dia o nome Domenico Scarlatti não está na boca de qualquer aficionado por música. Entretanto, no começo do século XVIII, o compositor italiano era famoso por toda a Europa. Mestre dos teclados, ele mereceu o respeito tanto dos contemporâneos quanto de seus sucessores. Uma variedade de artistas, incluindo Chopin, Brahms e Vladimir Horowitz, idolatrou seu trabalho por séculos, mas ele era também extremamente popular com o público leigo.
Era tão produtivo quanto habilidoso. Durante toda a sua vida (1685-1757), compôs várias óperas e produziu quinhentas sonatas, tudo isso enquanto mantinha altos postos em orquestras da Itália, na Inglaterra, em Portugal e na Espanha, onde morou por mais de duas décadas. Scarlatti ficou famoso não só pelas obras complexas e inovadoras , mas também pelo estilo nada ortodoxo, que misturava diversas influências, como músicas religiosas da Espanha, dos mouros, e música folclórica judaica.
Uma de suas obras mais famosas foi inspirada não por alguma melodia rústica ou pelo trabalho de outro compositor. A colaboração foi de seu gato. Oficialmente chamada de Fugue in G minor, k30, essa sonata para cravo é conhecida, não oficialmente, como Fuga do Gato.
De acordo com a lenda, o maestro tinha uma gata chamada Pulcinella, que gostava de andar de um lado para o outro no teclado de seu cravo. Normalmente isso produzia apenas barulho aleatório, sem sentido. Mas durante uma dessas “sessões improvisadas” o felino “tocou” uma série de notas incomuns, porém bastante cativantes. Scarlatti anotou a frase musical. Inspirado compôs uma fuga inteira baseada naqueles sons.
Fonte: Stall, Sam. 100 gatos que mudaram a civilização: os felinos mais influentes da história. São Paulo: Prumo, 2009
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