Primeiro veio o Tobias, depois o Batatinha, depois o Miguel e depois a Mila. Quando o Batatinha tinha oito meses descobrimos, pelo ultrassom, uma doença de herança genética, muito comum em gatos persas, o PKD (doença dos rins policísticos). Desde então, tenho lutado para divulgar e conscientizar as pessoas sobre a existência desta doença.
A doença não tem cura, evolui para insuficiência renal e termina com óbito.
Acredito que exigir o teste de PKD ao adquirir um gato, principalmente da raça persa, possamos, no futuro, diminuir a herança genética, dizendo não aos criadores de má fé que se aproveitam da falta de informação das pessoas.
Foi com esse intuito que nasceu o Blog do "Batatinha elurofilia". Meu intuito é dividir minha vivência com meus "filhos" com outros elurófilos, simpatizantes e amantes de gatos, além de trocar experiências e informações relacionadas ao mundo felino.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A chegada de cada um de meus gatos...


Primeiro veio o Tobias, um mestiço de SRD com siamês. Encontrei-o numa avicultura em uma gaiola cercado de galinhas, patos e codornas. Era o único gato, estava desesperado, chorando, e muito assustado, enquanto uma criança batia na gaiola. Eu nunca havia tido um gato, não sabia nada de gatos. Não pensei duas vezes e levei-o para casa. 
Passaram-se alguns dias e conclui que seria muito bom ele ter uma companhia, felina, já que passo o dia todo trabalhando. Foi quando, num Pet, vi um anúncio de venda de gatos persas. (Até então, não sabia nada sobre Ongs de animais e feirinhas para adoção).
Fui ao local conhecer os gatinhos persas. Fiquei comovida e preocupada ao ver um persa com os bigodes cortados, e assim, escolhi o Igor Batatinha.

Com o tempo percebi que o Batatinha era muito reservado, quietinho e observador, enquanto o Tobias era, e é, muito tagarela e brincalhão. Às vezes o Batatinha tomava a iniciativa de brincar com o Tobias, mas não conseguia acompanhar as aventuras do Tobias em explorar locais altos e dar saltos com muita agilidade. Além disso, o Tobias, preferia brincar sozinho.
Preocupada com a solidão do Batatinha decidi que ele deveria ter um irmão da mesma raça, com o mesmo temperamento.
Foi quando conheci uma pessoa que era criadora de gatos persas (eu ainda não entendia nada de gatos) e essa pessoa me ofereceu um filhote, com pedigree (até hoje não vi o “tal” do pedigree) dizendo ser muito cuidadosa  e responsável com suas ninhadas. Confiei.
Escolhi uma gatinha fêmea, persa Silver, (ainda na barriga da mãe) a qual ele ficou de entregá-la com 22 dias.
O tempo passou, ela nasceu, e eu a levei para casa.

Em primeiro lugar, nunca me foi entregue a carteira de vacinação dela. Ela passou por um veterinário, amigo, na ocasião, do criador, que  a examinou  e garantiu que ela estava saudável.
Minha preocupação começou ao chegar em casa e acompanhar a gatinha com um quadro de diarréia por uma semana. Levei-a, novamente, ao veterinário que havia a examinado. E ele me disse com toda certeza que era dificuldade da “quebra da enzima da proteína da ração” e que era normal. Mostrei uma falha na patinha da “gatinha” e ele disse que era um fungo e que ela havia pegado de meus gatos. (Meus gatos sadios!!)
Foi quando percebi que ele não sabia NADA de gatos. E procurei um hospital veterinário. Lá ela passou por três veterinários em consultas diferentes.
Para minha surpresa ela não era ela, era ELE. Ele, o Miguel, foi diagnosticado (pelos três veterinários) com sarna de ouvido, fungos e giárdia. (Como o outro veterinário examinou o ouvido do Miguel e não viu?!)
Um veterinário queria interná-lo. Não deixamos. A outra veterinária deu uma medicação de cachorro para ele, que resultou em 6 horas seguidas de espumação na boca. (intoxicação?). Desconfiei quando a veterinária  começou a me telefonar preocupada. Fiquei preocupada com a preocupação dela. Pareceu-me que ela não estava sabendo o que estava fazendo.
Mais tarde descobri que a medicação dada ao Miguel não é, de forma alguma, recomendada a gatos, poderia tê-lo matado.
Foi assim que entendi que muitos veterinários costumam tratar gatos como cães de pequeno porte, o que jamais deveria acontecer. Gatos são delicados e possuem muitas peculiaridades.
Entrei num pet chorando muito e pedi ajuda à uma funcionária da loja, e ela com toda sua bondade, me indicou uma veterinária especialista em gatos.  Foi assim que conhecemos as Dra. Vanessa Pimentel.
Foram quase dez meses de tratamento. Mudamos a ração para intestinal (e todos meus gatos passaram a comer a ração intestinal). Começamos um tratamento com probióticos, corticóide, fizemos exames de de FIV, FelV, hemogramas,  exame de funções pancreáticas, ultrassom mensal,  para acompanhar o tratamento intestinal, dentre outras coisas.  Tratamos os fungos e a sarna de ouvido.
E ainda, o Miguel passou por um tratamento de banhos com fungicida, e no primeiro banho do “pacote” que fiz num pet, fui tratada grosseiramente pela pessoa que dava banho em gatos, pois esta não tinha sido avisada que tinha banho para dar naquele dia. Com a agenda vazia ele me disse que não daria banho em meu gato. Foi assim que percebi que estava no hora de eu ter minha independência de banhos felinos. Aprendi a dar banho em meus gatos. E garanto, eles preferem. É um momento de extremo carinho. Dou banho em cada um, quando preciso, com musicoterapia e aromaterapia, e ainda faço massagem no corpo deles enquanto os lavo, e na secagem com a toalha, também, antes do secador.
Eu não acreditava que o Miguel sobreviveria. Foram meses de choro, noites sem dormir, e medo de perdê-lo. Recorri à homeopatia, também.
Nessa “Odisséia” de doenças do Miguel, descobrimos por acaso, num ultrassom que o meu Batatinha é portador do PKD – doença dos rins policísticos. Incurável e que termina com a falência renal. Desde então venho lutando para divulgar o PKD. (foi por isso que nasceu este blog)
Graças a Dra. Vanessa Pimentel, da Clínica Só Gatos (DF), hoje, o Miguel está ótimo e saudável.  O diagnóstico foi Doença Intestinal Crônica. Ele está com um ano e meio, com peso ótimo, com as fezes normais, feliz e bem saudável. Só é anti-social ao extremo.
Ele não se tornou o melhor amigo do Batatinha como eu havia planejado...(lembra que o comprei para fazer companhia ao Batatinha?)
Ele se tornou o melhor amigo do SRD, Tobias. Nem parece um gato persa. É muito brincalhão, conversador, inquieto e carinhoso. A noite ele me espera dormir para dar seu miado de “guerra” chamando os outros para folia! Eles passam a noite toda  brincando. E pela manhã ele me acorda com seu miado doce, pedindo carinho.

Há dois meses encontrei um a gatinha SRD, num dia muito frio e chuvoso, em minha garagem. Adotei-a. Mas, deixei-a  hospedada na clínica enquanto ela passava pelos exames de FIV, Felv, vacina e vermífugo. Ao chegar aqui, ela tomou banho, assim que entrou em minha casa, com todos os outros gatos "assistindo". No quarto dia, em minha casa, ela já havia feito amizade com meus três gatões. Tornou-se cúmplice e amiga do Tobias e filha do Batatinha. (Ela gosta de dormir em cima da barriga dele ou enrolada no rabo fofinho dele).
A Mila trouxe muita alegria para nossa casa e não dá descanso para os três. Acompanho todos os dias, e noites,  os quatro brincando muito. Eles se divertem muito com ela.
Amo meus gatos, e não me arrependo de nada. Faria tudo novamente por eles. Gato, não importa a raça, a linhagem, a cor, todos são maravilhosos e é uma grande honra tê-los ao meu lado. Eles amam a quem os merece.



 “(...) quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não transa o gato. Ele aparece, então, como ameaça, porque representa essa relação precária do homem com o (próprio) mistério. O gato não se relaciona com a aparência do homem. Ele vê além, por dentro e pelo avesso. Relaciona-se com a essência. Se o gesto de carinho é medroso ou substitui inaceitáveis (mas existentes) impulsos secretos de agressão, o gato sabe. E se defende do afago. A relação dele é com o que está oculto, guardado e nem nós queremos, sabemos ou podemos ver. Por isso, quando surge nele um ato de entrega, de subida no colo ou manifestação de afeto, é algo muito verdadeiro, que não pode ser desdenhado. É um gesto de confiança que honra quem o recebe, pois significa um julgamento.
(...) O gato é uma lição diária de afeto verdadeiro e fiel. Suas manifestações são íntimas e profundas. Exigem recolhimento, entrega, atenção. Desatentos não agradam os gatos. Bulhosos os irritam. Tudo o que precise de promoção ou explicação, quer afirmação. Vive do verdadeiro e não se ilude com aparências. Ninguém em toda natureza aprendeu a bastar-se (até na higiene) a si mesmo como o gato!
(...) O gato é uma chance de interiorização e sabedoria posta pelo mistério à disposição do homem."
(Artur da Távola)




3 comentários:

  1. Sua turminha é linda e seu blog é ótimo! Parabéns!!!

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  2. Que linda história, descobri agora o seu blog e não paro de ler ... são quase 2 da manhã! Tbém sou uma apaixonada pelos felinos!Rosi

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  3. Encontrei seu blog, pois estou procurando persa pra comprar em floripa. amei o blog, li essa história e estou cada vez mais certa que em breve terei um gato! estou amando a ideia! parabéns e vou ficar atenta ao pkd!

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